O grande número de católicos na América Latina – só no Brasil seriam quase três vezes o número de católicos que existem na Itália, segundo dados do instituto americano Pew Research Center – já justificaria a escolha de um papa da região, pelo menos na opinião de fiéis e turistas ouvidos pela BBC Brasil nas ruas de Roma.
Além de dar mais representatividade à liderança da Igreja Católica, um eventual papa brasileiro, para muitos dos entrevistados, é visto ainda como opção de “modernidade” e “mudança”.
“Um papa latino-americano teria o aval dessa vasta comunidade (América Latina) para fazer mudanças na igreja”, contou à BBC Brasil a americana Tracy, de Minnesota, que visitava o Coliseu com sua filha.
“Está na hora de achar um papa de um país diferente, sair do padrão, seria bom que a Igreja se abrisse para alguém da América do Sul”, disse ela.
Outro turista americano, Brian Windsor, acha que um papa brasileiro poderia trazer “uma nova perspectiva, novas ideias que nao sejam tão próximas assim do Vaticano”. “(Esse papa) seria uma voz do povo ao redor do mundo” disse ele.
Já o holandês Wilmot foi enfático no seu apoio a ideia de um papa brasileiro: “Acho fantástico!”
“Um papa latino-americano ou africano seria ótimo, porque o percentual de católicos nesses lugares é alto, (o papa) representaria uma grande parte da Igreja”, disse ele, a caminho da Praça São Pedro, no Vaticano.
Nenhum dos entrevistados estrangeiros mostrou conhecer o principal candidato da América Latina, o brasileiro dom Odilo Scherer, que vem sendo apontado como favorito da região por vários vaticanistas ouvidos pela imprensa.
Sua “latinidade” lhe confere simpatia. Um papa brasileiro “seria mais próximo dos italianos do que o papa alemão”, sugere o jovem italiano Steffano, de Florença.
As americanas Eileen e Shannon, de San Francisco, compararam a escolha (de um papa brasileiro) com a de Barack Obama para a Presidência dos EUA.”Está na hora de mudar”, disse Shannon.