Sobe para dez o número de mulheres que foram estupradas durante a década de 90 pelo ex-bancário Pedro Meyer Ferreira Gonçalves, de 56 anos, que ficou conhecido como estuprador do Anchieta. Nesta segunda-feira (10), conforme a Polícia Civil, mais duas mulheres reconheceram o agressor.
De acordo com a PC, quatro vítimas deveriam ter ido à delegacia para reconhecer o estuprador, mas apenas duas compareceram, sendo que uma delas ficou muito nervosa e não pode dar sequência aos trabalhos, que devem ser retomados nos próximos dias. Nesta terça, às 10h, as duas mulheres ausentes devem reconhecer o acusado.
Nesta segunda, durante o reconhecimento uma mulher de 26 anos confirmou ter sido abusado por Pedro Meyer no bairro Cidade Nova. Uma mulher que acusou outro homem, de 55 anos, preso em março, voltou atrás e disse ter sido abusada pelo estuprado do Anchieta. Na ocasião, a mulher incriminou Paulo Antônio dos Santos, que é bem parecido com Pedro e pode ter sido detido injustamente. Ele foi condenado a 16 anos de prisão e ficou mais de cinco na cadeia.
Segundo a PC, uma equipe com duas delegadas, três investigadores e dois escrivães está empenhada nas investigações e atendimento às vítimas. Segundo a delegada Margaret de Freitas Assis Rocha, chefe da Divisão de Proteção à Mulher, Idosos e Deficiente Físico, ainda não há uma estimativa do número de mulheres abusadas. No entanto, 13 mulheres teriam procurado a polícia para denunciá-lo como autor dos crimes nos últimos 20 anos.
Na semana passada, a delegada entrou com um pedido de prisão preventiva no Fórum Lafayette contra o suspeito. Se for deferido, o pedido garante a manutenção dele na cadeia até que o julgamento seja marcado. O ex-bancário está preso no Ceresp São Cristovão.
Relembre o caso
Pedro Meyer Ferreira Guimarães foi preso no dia 28 de março, após uma vítima de estupro tê-lo reconhecido na rua, no bairro Anchieta, região Centro-Sul da capital mineira. Na delegacia, ele admitiu ter estuprado duas mulheres, em 1992 e 2005. Após a divulgação de suas imagens pela imprensa, outras mulheres foram à polícia e afirmaram terem sido violentadas por ele.
Todos os depoimentos apontaram que o acusado teria uma forma de abordagem comum em todos os casos. “A gente depreende que ele está envolvido pelo modo de agir relatado pelas vítimas. Todas descreveram que ele as levava para uma garagem ou estacionamento, durante o dia, e que falava coisas parecidas a elas. Sempre usava boné e óculos de sol. Também observamos uma predominância por crianças e adolescentes, sempre com idades semelhantes, entre 11 e 19 anos”, explica Margaret de Freitas Assis Rocha.
Atualizada às 17h11