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“SE NÃO RESTABELECERMOS EQUILÍBRIO ENTRE NATUREZA E HOMEM, PANDEMIAS COMO ESSA SE TORNARÃO MAIS COMUNS”, ALERTAM CIENTISTAS

Uma “doença zoonótica” ou “zoonose” é uma doença que passou para o ser humano a partir de uma fonte animal. Suspeitas apontam que o SARS-CoV-2, o novo coronavírus, transmissor da COVID-19, é proveniente do morcego ou do pangolim. Da mesma maneira, animais estão na origem de outras pandemias que já tiraram a vida de milhares de pessoas, como Ebola, Síndrome Respiratória do Oriente Médio (MERS), febre do Nilo Ocidental e a gripe aviária.

Só até este momento, a COVID-19 já contaminou mais de milhões de pessoas no mundo inteiro e foi responsável pela morte de quase 600 mil pessoas em todo Brasil, 204 em Ponte Nova, que teve mais de 6.500 infectadas. O alarme continua ligado, pois as variantes preocupam cada vez mais,

As pessoas olham para a pandemia da gripe espanhola no começo do século passado e pensam que esses surtos de doenças ocorrem apenas uma vez em cada século”, diz Maarten Kappelle, chefe de avaliações científicas do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA).

Mas isso não é mais verdade. Se não restabelecermos o equilíbrio entre o mundo natural e o humano, esses surtos se tornarão cada vez mais prevalentes. O desequilíbrio provocado pela ganância do homem em busca de riqueza, amparados cada vez mais por governos não comprometidos destrói a natureza e provoca efeitos danosos.

Um novo relatório divulgado pela PNUMA, em parceria com o Instituto Internacional de Pesquisa Pecuária (ILRI) – Prevenir a Próxima Pandemia: Doenças Zoonóticas e Como Quebrar a Cadeia de Transmissão -, ressalta que 60% de todos os micróbios conhecidos por afetar os seres humanos são oriundos de animais.

A ciência é clara ao dizer que, se continuarmos explorando a vida selvagem e destruindo os ecossistemas, podemos esperar um fluxo constante de doenças transmitidas de animais para seres humanos nos próximos anos.

As pandemias são devastadoras para nossas vidas e nossas economias e, como vimos nos últimos meses, as populações mais pobres e vulneráveis são as mais impactadas. Para evitar futuros surtos, precisamos ser mais conscientes sobre a proteção do meio ambiente”, diz o relatório.

Em Ponte Nova, o desequilíbrio sempre existiu e a marca disso é que os leitos dos hospitais estão cheios para outras comorbidades. A cidade cresce verticalmente e para isso cortam centenas de árvores para dar lugar ao cimento; asfalto é como se fosse arroz com feijão para quem tem fome; o nível de poluição sonora é terrível. O homem sente isso e sua resistência é minada pelo ar contaminado. Tudo isso acaba provocando doenças.

Números do novo estudo do PNUMA revelam que 02 (dois) milhões de pessoas morrem, todos os anos, devido a doenças zoonóticas e nos últimos 20 anos elas provocaram perdas econômicas no valor de mais de 100 bilhões de dólares, sem contar a pandemia de COVID-19, que poderá custar 09(nove) trilhões de dólares nos próximos anos.

Para os pesquisadores, entre as principais causas desse crescimento sem precedentes de zoonoses no mundo estão a degradação ambiental, incluindo aí o desmatamento, a exploração e o tráfico de animais silvestres e também, de recursos naturais e o aumento do consumo global de proteína animal e como consequência, a expansão agrícola intensiva e não sustentável.