Passei a ir ao Bairro Copacabana cada vez mais. Na década de 1980, ia para aquelas bandas atrás de um rabo de saia, que por motivos óbvios não vou citar o nome. Nos tempos atuais conheci muita gente boa: Salame, Arlindo, Ronaldo e Vaninha professora, Dona Sônia, Catito, Vasco, Maíta, Marcinho de Belim, Marcim Filho, Porretão, Leninha Borges, entre outros. Se for citar os nomes a história não vai caber neste espaço.
Um dos mais engraçados é o ferroviário aposentado Cacetinho, o único cara que tem mais 03 apelidos em Ponte Nova e em toda região: Ratão do Pântano, Sapão do Brejo e Patão do Rock. Ele tem papel importante neste “roubo” do Campeão.
O Marcinho de Belim é um exímio cozinheiro, pois usa diversas ervas em seus temperos, marapuama e Sal do Himalaia. Todas as sextas-feiras tem uma galera que se aproveita de pratos feitos por ele.
Os participantes levam os ingredientes como suã, frango, peixe, costelinha, costelão, etc. Numa dessas, ficou definido que seria a vez do Cacetinho levar um galo para fazer o famoso “Galo com Macarrão”.
Ah! É bom lembrar que o Russo, ou Alemão, é atleticano “doente”, mas tem um belo bar. Em dias ou noites de jogos do Galo ele sempre tem muitos torcedores: contra e a favor!
Cacetinho levou o tal galo numa sexta-feira para ser feito na outra sexta-feira. O tempo foi passando e nada de Marcinho de Belim fazer o “Galo com Macarrão”. “Meu cumpadre, que dia que você vai fazer o prato? O galo está aí já tem mais de 02 meses”, disse Cacetinho, bem-humorado, como sempre. Um dia, Marcinho de Belim arrancou a roda: “Aquilo que está na geladeira é muito pequeno! Parece um pinto crescidinho. Galo? Nunca que é!”
Alguém matou a charada. Então era um franguinho? Foi quando um cidadão disse que Russo estava chateado, pois o Campeão sumira. Nos dias dos jogos Atlético, o galo garnisé, que andava solto dentro do bar e dormia em cima dos engradados de cerveja, virava uma “danera”. Gol do Galo, Russo explodia. Ele escutava a voz do dono, saia dos engradados, batia as asas e cantava de alegria. O negócio era mesmo de outro mundo!
Cacetinho confessou que comprou o “galo” depenado na mão de “Zói de Merda”, que levou um troco, mas não disse onde “surrupiara” o galináceo, que é da família originária da Ilha de Guernsey, uma dependência da Coroa Britânica,da qual herdara o nome.
Estava explicado o mistério do sumiço do Campeão! Cumpre aqui dizer que Cacetinho não sabia desta história e se soubesse não teria comprado a ave de estimação dos atleticanos dos bairros Copacabana e Nova Copacabana. “Zói de Merda” nega de pé de junto, dizendo que o produto era do seu galinheiro.
Na noite de terça-feira, 08 de fevereiro, estive com o Reginaldo da Remar, que é irmão do Russo. Ele me prometeu arranjar uma foto do Campeão. Até o fechamento desta historinha, eu ainda não havia recebido a foto e nem sei se tem. Mas, aqui ficam nossas condolências para Russo e para todos os atleticanos. Não sei se o “galinho” foi preparado pelo Marcinho de Belim. De uma coisa eu tenho certeza: eu não comi!