A história é sempre contada do ponto de vista do vencedor. Muitas histórias/estórias são contadas com mentiras da época e passadas para as gerações futuras que engolem as pérolas, pois não checam. As Fake News serem existiram, agora são disseminadas com uma rapidez incrível, graças às redes sociais da internet.
Desde cedo ensinei para as minhas filhas, que uma das maiores mentiras, que continuam sendo perpetuadas é quanto à Independência do Brasil. A comemoração de 7 de setembro é um engodo histórico. O herói da Pátria, à época um Império, tornou-se D. Pedro I, que teria dito às margens do Riacho Ipiranga, interior de São Paulo, a palavra mágica “Independência ou Morte”.
Este episódio é uma pura demonstração de machismo, pois quando D. Pedro I disse a frase montado em uma mula ou burro, e não em um cavalo, o Brasil já tinha sido transformado em Império do Brasil, graças à ousadia da Princesa Regente Maria Leopoldina, que assinou o decreto em 02 de setembro de 1822, desmembrando a pátria do então Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves. Os portugueses tinham decretado que o Brasil voltava ao status de Colônia.
Os livros de História deveriam rever esta situação, pois imperou na época o machismo exacerbado, bem parecido com os medonhos arroubos dos dias atuais, que estão cada vez mais trevosos. Ora, por que creditar a D. Pedro I a independência se o ato legítimo, técnico e juridicamente perfeito foi assinado por Maria Leopoldina, ouvindo o Conselho de Estado.
Na ocasião da assinatura, D. Pedro I estava em viagem para São Paulo para conter rebeliões e revoltas. Era como se ele tivesse passado o torno para Maria Leopoldina que na ocasião era a Princesa Regente, com todos os poderes de Chefe de Estado. Não dá para engolir a história desta forma e sempre comemorei a Independência do Brasil em 02 de setembro. E vou continuar comemorando. Passei esta minha indignação para milhas filhas e para muitos dos meus amigos.
Coincidentemente nasci no dia 7 de setembro, exatamente às 17 horas, mesmo horário do Grito do Ipiranga. Meus amigos brincam: “você não precisa fazer festa Ricardo Motta, todos saem às ruas para prestar homenagem a você, no Dia da Independência”. Eu sempre contesto: “Dia da Independência é dia 02 de setembro. Para mim, 7 de setembro é a marca do início do machismo brasileiro. Tenho dito!”