Transformar a guimba (também conhecida como bituca) de cigarro em adubo é possível e esse processo, bastante parecido com a compostagem de resíduos orgânicos, consiste em descontaminação, trituração e normalização e estabilização, a fim de neutralizar a carga tóxica da queima do cigarro para posteriormente aplicar no solo.
Todos os anos, estima-se que são produzidas mais de 700 mil toneladas de guimbas de cigarro ao redor do mundo, a maior parte destes materiais ainda é lançado nas ruas e calçadas, o que faz com que sejam levadas pela rede pluvial até os rios, que por sua vez os arrastam até o mar. Nas águas, as guimbas são decompostas lentamente, sendo em muitos dos casos, ingeridas por peixes.
A ingestão de guimbas de cigarro por animais é um grande problema, pois ela pode os levar à morte por envenenamento, além de poluir o ambiente e piorar a qualidade das águas. Soluções para as guimbas têm sido pensadas há décadas, mas em geral, a maioria delas leva à destinação em aterros sanitários ou lixões.
Pranchas feitas de guimbas de cigarros serão doadas para crianças carentes
Um empresa (Lar Mar), que é uma mistura de restaurante e loja de artigos de surfe, em Pinheiros, uma subprefeitura de São Paulo, vai recolher guimbas de cigarro e transformá-las em pranchas de surfe. No local, há um reservatório onde os clientes podem deixar as guimbas que serão destinadas para a ação. A cada 03 (três) mil guimbas recolhidas, uma prancha será criada pelo shaper Neco Carbone.
“Nosso objetivo é fazer com que as pessoas parem de jogar bitucas no chão. Nossos clientes aceitaram a ação de uma forma incrível. Em apenas um final de semana, já conseguimos reunir mais de mil bitucas”, conta Felipe Árias, fundador da Lar Mar. Árias conta que a arrecadação de guimbas será uma ação contínua na Lar Mar e que as pranchas fabricadas por lá não serão vendidas. “Todas serão doadas para escolinhas de surfe para crianças carentes da cidade de Santos e Guarujá, litoral de São Paulo”, disse Árias.