Em 2009, escrevi este artigo na Pontenet e no jornal “O Município de Ponte Nova” . Leiam abaixo:
“Uma mania vem “atacando” quase todas as mulheres. Elas estão raspando a genitália por completo. Alegam que ficar com pelos é anti-higiênico, e coisa e tal. Engraçado esta nova filosofia. Quer dizer que as mulheres que ostentam pelos são porcas? Não promovem a higienização devida no delirante objeto do desejo? Do desejo e da continuidade da vida!
O certo é que muita gente anda meio decepcionada com esta nova mania. É só olhar e perceber que aquele local não tem mais o charme e o encanto necessário e que provoca um tesão incontido. Aliás, a vagina é o órgão mais bonito do corpo humano. Depois dos seios, é lógico! Os dois fazem a diferença. Um procria e o outro cria. O outro provoca devaneios e o um incendeia!
Fica claro que a mata ciliar é necessária para se proteger contra a voçoroca. E a supressão indiscriminada dos cabelos pode gerar malefícios ao terreno fértil. A regeneração natural pode gerar desconforto e transformar a planície num espinhal. Esta história de raspar toda pelagem tem que ser repensada.
Do ponto de vista estético, principalmente. As mulheres estão deixando de ser genuínas para entrar na onda do momento. Estranho que isto possa estar acontecendo, sem que os homens tenham o direito de opinar. Conheço casos em que a mulher decidiu, sem consultar o marido, que não gostou, mas ficou calado para não magoá-la.
Não necessariamente a pelagem pubiana precisa ser tão densa. Tipo Vera Fischer, ou Cláudia Ohana, que da primeira vez que posou nua para a Playboy (1985) levou o título de “Defensora da Mata Atântica”. Mas, também não precisa ficar igual a uma bunda de neném.
A vegetação, digo cabelo, entretanto não pode ser ralo, pois não se admite podar. O certo é exigir um diagnóstico para intervenção em Área de Preservação Permanente/APP, com aval de especialista do ramo.”
NOS DIAS DE HOJE
Passados quatro anos deste artigo acima, li no jornal “O Globo”, Caderno de Saúde, página 53, edição de domingo (07 de abril de 2013) uma matéria sobre o assunto escrita e pesquisada pela jornalista Flávia Milhorance, que começa assim: ” um hábito higiênico, saudável e estético. Ou um padrão de beleza extremo, semelhante a antigas formas de tortura feminina, tais como espartilho para afinar a cintura ou pés atados para mantê-los pequenos e delicados. Com adeptas em todo mundo, a depilação com cera também desperta reações animadas, que ganharam novo fôlego com a recente publicação de uma pesquisa francesa no periódico “Sexually Transmitted Infections”, apontando que a remoção de pelos pubianos, especialmente com cera, aumenta o risco de inflamações e doenças sexualmente transmissíveis.”
Mais adiante leio a seguinte declaração: – benéfico não é. Nossos mecanismos naturais estão prontos, ou seja, o pelo está ali para proteção do organismo. Se ele é retirado, a pele fica mais exposta, com microtraumas, o que facilita, não a higiene, mas a entrada de agentes infecciosos” – resume a professora de ginecologia da Faculdade de Medicina da UERJ, Renata Aranha. (olha o sobrenome da Renata. Sugestivo?).
Para finalizar leiam a declaração da médica inglesa Emily Gibson, publicada em diversos jornais ingleses: ” É hora de declarar fim da guerra aos pelos pubianos e deixá-los no local a que pertencem. A quantidade de tempo, energia, dinheiro e emoção gastos em abolir os pelos de órgãos genitais é astronômico.
Então eu estava certo há quatro anos?