A Fundação Renova iniciou o monitoramento da fauna e da flora terrestres de toda a bacia do Rio Doce. Este é mais um esforço para identificar, descrever e reparar os impactos provocados pelos rejeitos da barragem de Fundão, em Mariana, diz nota da entidade.
O trabalho vai coletar dados de organismos diversos, entre eles estão invertebrados e minhocas e abelhas e mamíferos de grande porte como antas e onças. E de médio porte como as jaguatiricas. Também estão inclusos animais relacionados a ambientes aquáticos, como cágados e jacarés e as plantas.
Executado pela empresa Bicho do Mata Meio Ambiente, de Belo Horizonte, o monitoramento envolve cerca de 200 profissionais. Serão realizadas campanhas semestrais que poderão se estender até por 10 (dez) anos. Além de avaliar a estrutura, a composição de abundância de espécies da fauna e da flora, o monitoramento também vai detectar níveis de metais residuais nas espécies de animais existentes na Bacia do Rio Doce.
Biólogo Ricardo Motta faz críticas: “É a raposa cuidando do galinheiro”
O biólogo Ricardo Motta Coelho, da Universidade Federal de São João Del Rei (UFSJ), elogiou a escolha do método de pesquisa para o trabalho da Fundação Renova, mas criticou a demora. Ricardo Motta participou da elaboração de um trabalho, para o Ministério Público Federal, que fez o levantamento do tamanho do estrago da maior tragédia ambiental e social do Brasil.
Coelho critica a pulverização das ações da Fundação Renova, o que segundo ele dificulta o monitoramento dos órgãos competentes. Ele diz ainda que o estudo de impacto na fauna e na flora peca quando se coloca a “raposa para tomar conta do galinheiro”.
Neste caso, os dados coletados são filtrados até chega ao conhecimento geral, pois as empresas são contratadas pela Renova e não participam da governança do processo, que inclui atingidos, entidades.
A Renova revidou, “dizendo que faz parte de um sistema de 7º entidades e que suas ações são definidas por órgão como Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (IBAMA), Instituto Chico Medes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), Instituto Estadual de Florestas de Minas Gerais (IEF-MG) e pelo Instituto Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos do Espírito Santo (IEMA-ES)”.