O presidente eleito do Chile, Gabriel Boric, eleito em dezembro, anunciou o seu ministério, de perfil progressista (socialistas, comunistas e independentes) e maioria feminina. De 24 integrantes do primeiro escalão, 14 (58%) são mulheres. A posse está marcada para 11 de março. O próprio ex-deputado apresentou os escolhidos em suas redes sociais, prometendo um governo “cidadão” e de “portas abertas” ao povo.
A deputada Maya Fernández Allende, por exemplo, futura ministra da Defesa Nacional, é neta de Salvador Allende, presidente socialista deposto no golpe de 1973, orquestrado por Augusto Pinochet, que incendiou o Palácio La Moneda. Bióloga e veterinária, Maya Fernandes já presidiu a Câmara dos deputados e se apresenta como feminista.
Além dela, a advogada Antonia Urrejola Noguera será a ministra de Relações Exteriores. Até dezembro, ela integrava a Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH). Já foi assessora do secretário-geral da Organização dos Estados Americanos (OEA) de 2006 a 2011.
Na pasta das Culturas, Artes e Patrimônio estará Julieta Brodsky, antropóloga social e cultural da Universidade de Granada (Espanha). É diretora do Observatório de Políticas Culturais (OPC) desde 2011 e pesquisadora em áreas relacionadas a direitos dos trabalhadores e políticas públicas.
Maisa Rojas Corradi será ministra do Meio Ambiente. Física de formação, ela é diretora do Centro de Ciência do Clima e Resiliência, além da coordenadora do Comitê Científico de Mudança Climática. Já a Agricultura ficará sob responsabilidade do jornalista, cientista político e historiador Esteban Manuel Valenzuela Van Treek, também assessor sindical.
O Ministério da Saúde ficará com uma egressa da área pública, María Begoña Yarza Saez. Médica cirurgiã, ela é especializada em Saúde Pública na Universidad Pompeu Fabra, de Barcelona (Espanha). No Trabalho, a advogada e administradora pública Jeannette Alejandra Jara Román, ex-dirigente sindical.
À frente do Ministério da Economia, Fomento e Turismo estará um socialista: o professor Nicolás Grau, da Universidade do Chile. E na Secretaria de Governo a deputada comunista Camilla Vallejo, originária do movimento estudantil.
E assim caminha a América Latina que está voltando com seus governos para as mãos do povo, com consciência, coragem e pensando no futuro e nas minorias: mulheres, negros e LGBTQIA+.
Gabriel Boric venceu a direita que tinha como candidato um filho de nazista e era ligado aos movimentos negacionistas e a OPUS DEI (braço conservador da Igreja Católica) e de governantes esdrúxulos e xucros (chucros) como Donald Trump (EUA), Jair Bolsonar (Brasil), Victor Orbán (Hungria). Aleksandro Lukashenko (Belarus/Bioelorússia) e Andrzej Duda (Polônia). Este último, que é da extrema-direita, se recusou a receber Bolsonaro.
Foto: Maya Fernández Allende é neta de Salvador Allende que sofreu um golpe militar em 1973. O golpista era o general que foi indicado para ser o chefe do Exército e traiu a pátria chilena implantando uma Ditadura sangrenta no Chile que matou mais de O3 mil pessoas e exilou cerca 200 mil chilenos