A defesa do goleiro Bruno Fernandes entrou na Justiça com um pedido para suspender o episódio da série “Até que a Morte nos Separe”, do canal de televisão fechado A&E, que traz o jogador como personagem principal. Segundo o advogado Rui Pimenta, o pedido se deve à recusa da emissora de dar detalhes sobre o documentário e de um possível prejuízo que ele pode trazer a seu cliente.
O episódio intitulado “Penalidade Máxima. Seria o goleiro Bruno o mandante da morte de Eliza Samudio?” está marcado para ir ao ar às 23h de amanhã. Ele trata do processo em que o jogador é acusado de sequestrar, manter em cárcere privado e matar sua ex-namorada. Tudo para não ter que reconhecer a paternidade do filho que os dois tiveram.
Para a defesa do goleiro, Bruno não pode ser “marginalizado” na televisão sem ter a chance de se defender. “Eles (A&E) não nos passaram um roteiro do que vai ocorrer no programa. Tinham que ter feito isso de forma antecipada. Não está certo, pois pode prejudicar o Bruno”, disse Pimenta.
O site da emissora traz para seus expectadores um extrato de um minuto e 31 segundos do episódio. As imagens resgatam aquela que foi uma das principais polêmicas durante a investigação da Polícia Civil: a briga entre Bruno e o delegado Edson Moreira.
O goleiro aparece durante uma audiência pública na Assembleia Legislativa mineira, no ano passado, denunciando um suposto pedido de suborno de R$ 2 milhões do policial. Em troca, o delegado o inocentaria e colocaria a culpa em seu primo, na época menor de idade. Assim como fez há um ano, Moreira negou a acusação.
“Esses R$ 2 milhões eu conseguiria em um estalar dos dedos, mas não é assim que se resolve as coisas. Ele ainda perguntou o que eu acharia se eu encontrasse pedaços da minha filha espalhados por Minas”, disse o acusado. “Ele (Bruno) é um monstro, um criminoso, que tinha tudo na vida e jogou pelo ralo por banalizar a vida alheia”, rebateu o delegado.
A mãe de Eliza, Sônia Fátima Moura, 46, participa documentário. Ela não deu detalhes de sua atuação, já que ‘combinou de não se pronunciar sobre o programa antes de sua exibição”. “Gravei uma entrevista no último dia 14. Eu falei apenas sobre a vida da minha filha, nada mais do que isso. Não falei sobre o Bruno”, disse.
Argumento. De acordo Rui Pimenta, o pedido contra a exibição do programa foi feito na semana passada, na Justiça paulista. “Meu filho, que também é advogado, foi quem entrou com a ação lá para mim . Eu espero que a exibição seja cancelada. Caso o programa seja exibido, iremos analisar o episódio para tomar novas medidas”, afirmou.
A assessoria de imprensa do A&E informou que ainda não recebeu nenhuma notificação da Justiça sobre o pedido da defesa de Bruno e, por isso, não iria comentar o assunto.
Expectativa
Parecer sobre liberdade de jogador sai em julho
O julgamento do pedido de liberdade do goleiro Bruno Fernandes, 27, está próximo de acontecer. Pelo menos, essa é a informação da defesa do goleiro, que espera o Supremo Tribunal Federal (STF) definir uma data ainda neste mês. “A informação que eu tenho é que eles irão dar o parecer entre o fim deste mês e o início de julho”, disse Rui Pimenta, um dos advogados do goleiro.
Mais uma vez, o defensor se mostrou otimista quanto à possibilidade de seu cliente ganhar liberdade. “É só o pedido chegar lá, que estou confiante de que ele será libertado. Não tem motivo para ele ainda estar preso”, afirmou.
No último dia 30 de maio, a Justiça de Contagem, na região metropolitana de Belo Horizonte, concedeu liberdade condicional para o goleiro no processo referente ao cárcere privado e lesão corporal contra sua ex-namorada Eliza Samudio. O pedido que deve ser julgado é referente a outro processo, no qual ele é acusado de sequestro, cárcere e assassinato.
Insistência. O otimismo do advogado do goleiro vem depois que a defesa já teve 63 pedidos de liberdade para Bruno negados pelo Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) e pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ). No início do mês, o Ministério Público Federal (MPF) se manifestou contrário ao pedido de liberdade de Bruno. (JC)