O presidente Jair Bolsonaro disse no dia 03 de setembro que não consegue “matar esse câncer chamado ONG”, após denunciar uma campanha internacional que o acusa de incendiar a Amazônia.
“Vocês sabem que ONG não tem vez comigo, não é? Boto pra quebrar com esse pessoal. Não consigo matar esse câncer chamado ONG”, declarou Bolsonaro durante transmissão semanal ao vivo pelo Facebook.
O presidente também lamentou as críticas de ONGs ao programa “Adote Um Parque”, lançado pelo Ministério do Meio Ambiente, por meio do qual serão ofertados mais de 100 parques nacionais, que equivalem a quase 15% dos 4,2 milhões de km² (quilômetros quadrados) da Amazônia brasileira, a empresas e fundos nacionais e estrangeiros interessados na sua preservação, a 10 euros (R$ 62,50) por hectare. “Você pode criticar, até aqui no Brasil, você está em uma onguezinha aí pegando grana de fora”, afirmou o presidente Bolsonaro.
*** Tirando o corpo fora
Naquela mesma data (03/09) Bolsonaro afirmou que há uma campanha orquestrada por “canalhas” que o acusam de estar incendiando a Amazônia.
O presidente é criticado dentro e fora do país por defender a abertura da Amazônia à exploração mineira, energética e agropecuária. ONGs de defesa do meio ambiente atribuem a Bolsonaro a responsabilidade pelo aumento alarmante do número de incêndios registrado no ano passado, que segue quase no mesmo nível em 2020.
O número de focos registrados pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) em terras indígenas nos 08 (oito) primeiros meses deste ano é o maior desde 2011 e representa o dobro do que foi verificado no ano passado.
Foram 5.242 pontos flagrados pelos satélites em áreas demarcadas na Amazônia neste ano, contra 2.680 contabilizados no mesmo período de 2011 e 2.544 em 2018. O recorde da década ocorreu em 2010, com 7.451 pontos de queimadas em áreas indígenas.
Foto: incêndio no Pantanal do Mato Grosso destrói e mata centenas de bichos silvestres e a gado bovino