O “um minuto de barulho” em homenagem às vítimas da boate Kiss se estendeu por cerca de 20 minutos na manhã desta quarta-feira em Santa Maria (RS). Ao mesmo tempo que os motoristas buzinaram os seus carros, os sinos de igrejas de diferentes religiões foram entoados e familiares e amigos bateram palmas no entorno da praça Saldanha Marinho. Segundo a Brigada Militar, a manifestação envolveu em torno de 700 pessoas.
Em frente à casa noturna onde ocorreu o incêndio na madrugada de 27 de janeiro, cerca de 80 pessoas faziam homenagens. A cidade gaúcha amanheceu com faixas escritas Andradas Viva, em referência à via onde fica a Kiss. Corações foram espalhados em placas e monumentos de Santa Maria.
Incêndio na Boate Kiss
Na madrugada do dia 27 de janeiro, um incêndio deixou mais de 230 mortos em Santa Maria (RS). O fogo na Boate Kiss começou por volta das 2h30, quando um integrante da banda que fazia show na festa universitária lançou um artefato pirotécnico, que atingiu a espuma altamente inflamável do teto da boate.
Com apenas uma porta de entrada e saída disponível, os jovens tiveram dificuldade para deixar o local. Muitos foram pisoteados. A maioria dos mortos foi asfixiada pela fumaça tóxica, contendo cianeto, liberada pela queima da espuma.
Os mortos foram velados no Centro Desportivo Municipal, e a prefeitura da cidade decretou luto oficial de 30 dias. A presidente Dilma Rousseff interrompeu uma viagem oficial que fazia ao Chile e foi até a cidade, onde prestou solidariedade aos parentes dos mortos.
Os feridos graves foram divididos em hospitais de Santa Maria e da região metropolitana de Porto Alegre, para onde foram levados com apoio de helicópteros da FAB (Força Aérea Brasileira). O Ministério da Saúde, com apoio dos governos estadual e municipais, criou uma grande operação de atendimento às vítimas.