Em 1509, o jovem soldado alemão Ulrich von Hutten contraiu uma doença desconhecida quando estava na Itália. Ele sofreu com os sintomas por dez anos.
O paciente descreveu assim sua condição: “(O tempo todo) havia furúnculos, parecidos em tamanho e aspecto com uma bolota. Tinham um cheiro tão fétido que quem o cheirasse achava que estava infectado. A cor era verde escuro. Vê-los chegava a ser pior que sentir a dor, mesmo que a sensação pareça a mesma de encostar no fogo.”
Pouco antes disso, na década de 1490, a população europeia havia acabado de se recuperar das mortes provocadas pela propagação, no século anterior, da peste bubônica, surto conhecido como Peste Negra. Uma em cada três pessoas havia morrido em consequência da doença em todo continente europeu.
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Com o aumento da população, chegou a prosperidade. Mas nem tudo foi positivo. Doenças desconhecidas começaram a aparecer, em meio à guerra endêmica e à fome frequente.
Direito de imagemGETTY IMAGESImage captionIlustrações indicavam quão mortal era a sífilis
Contágio em velocidade alarmante gerou terror
Por volta de 1495, o rei francês Carlos VIII invadiu Nápoles reivindicando direito àquele reino. Mas as tropas se contaminaram com uma doença nova.